Antes de educar um cão em casa

A diferença básica da educação dum filho para a educação dum filhote é que um nasce no lar e o outro é adotado.
A primeira educação e os primeiros ensinamentos são fornecidos pela mãe em ambos os casos. O filhote, tecnicamente, deveria permanecer em convívio com sua mãe até os 3 meses de idade, quando ele próprio já não necessita da companhia de seus irmãos já está em condições de compreender as ''brincadeiras" humanas.

Como educar um cachorro

Existe uma diferença marcante no relacionamento de cão para cão e de pessoa para cão: o carinho.

O carinho que um cão oferece a outro cão não tem o mesmo sentido do humano: proporcionar prazer. O carinho é instintivo e os objetivos são a limpeza ou, no caso do cio, de excitação do próprio acariciante e, como consequência, excitação do acariciado.

O carinho que um humano oferece a um cão é portador de um conhecimento das zonas estimulógenas e de uma intenção: a conquista e, finalmente, a cobrança. Enquanto o canino acaricia por auto estímulo e para seu próprio prazer, o humano acaricia para oferecer prazer e, com isto, conquistar, tornar dependente.

É por isso que não existem cães ingratos. A gratidão não é um sentimento animal, mas humano: gratidão = pagamento por serviços prestados (carinho). Cobrança!

O cão agrada quando ele próprio sente prazer com isso. Se ele sente prazer, agrada; senão vai embora. Se tentarmos forçar um agrado, ele se sentirá totalmente desconfortável, demonstrará isso nitidamente e nós, humanos, o chamaremos de ingrato.

Os cães têm razões que a nossa razão desconhece!

Devemos ter a preocupação de não sermos os donos absolutos das leis, quando se trata de seres que ainda não compreendemos com muita clareza e que não têm a menor chance de nos explicar suas razões.

Existem muitas lendas sobre cães que um dia uma pessoa publicou e todos repetem sem questionar. Um dia disseram que os cães enxergam em preto e branco. Há pouco tempo assisti num programa educativo, altamente técnico, essa declaração. Ora, isto é um absurdo! Até hoje ninguém sabe como um daltônico vê, e ele pode explicar verbalmente. Como alguém pode afirmar que um cachorro vê em preto e branco, se esse conceito de preto e branco surgiu por causa das dificuldades de representar graficamente as imagens da natureza observadas pelo homem das cavernas, no momento em que ele pegou um carvão para desenhar uma pintura rupestre.

Por exemplo: os impulsos primordiais, regidos pelas leis do equilíbrio ecológico, determinam que a urina deva ser lançada na terra, grama, mato etc, para que a ureia e os sais, produzidos na sua decomposição, auxiliem na fertilização da terra. Há cães cujo sentimento atávico os impele a cobrir as fezes e, às vezes, até a cavar buracos para defecar.

O que mais se parece com terra e grama dentro dum apartamento é o tapete. Bater num filhote porque ele fez xixi no tapete é o mesmo que bater nele porque ele está comendo.

Se, ao invés de rotularmos os cães de "burros" ou de "teimosos", admitirmos a hipótese de que os superestimamos e que a linguagem por nós utilizada não foi suficientemente compreensível, aumentaremos infinitamente as possibilidades de mantermos, com eles, um bom relacionamento.

A realidade é que a falha de comunicação é sempre humana. Em princípio, o filhote não tem o hábito de tentar transmitir: eu quero fazer xixi. Os animais não sentem a necessidade de avisar, simplesmente estão com vontade e fazem.

As razões de toda a nossa dificuldade é que, nem sempre, conseguimos transmitir os nossos desejos ao cão. Isso é agravado pelo fato do cão também não estar interessado em saber.

À medida que eles vão convivendo com os humanos, adquirem o hábito de serem acariciados, castigados, premiados, desprezados etc.

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