Caráter e temperamento do cachorro

Existem muitas discussões com referência ao temperamento dos cães: animais de "bom temperamento", de "mau temperamento" e até "sem temperamento". As pessoas costumam confundir temperamento com agressividade ou coragem.
Temperamento é, apenas, uma palavra inventada pelo humano para designar uma das características genéticas dos seres. Os geneticistas e psicólogos que estudaram a matéria necessitaram duma determinada terminologia para discorrer sobre ela.
O comportamento humano é comandado, dirigido e orientado pela personalidade. Para o canino, em lugar de personalidade, que vem de persona, vamos adotar cinolidade, que vem de cino (do grego kyon, kynós, pelo latim cyno = cão).

cachorro-agressivo

Comportamento é a soma das atitudes, positivas e negativas, tomadas em relação aos fatos que se apresentam na vida. Dessa maneira, o comportamento dum cão é determinado pela sua cinolidade, formada pela integração mútua do temperamento com o caráter. Temperamento é bagagem genética, não pode ser mudado. O caráter é adquirido através da educação, das normas sociais de conduta e da experiência.

A cinolidade (personalidade do cão) vai depender diretamente do nível de domesticação que o cão tiver. Num cão selvagem o temperamento predomina sobre o caráter. Ele age por instinto, acionado apenas pelos impulsos primordiais. Com a vivência social, o caráter dum cão que teve instrução vai predominar sobre o temperamento e o resultado será uma cinolidade diferente. A educação e a instrução são, portanto, o tijolo e o cimento na construção dum caráter. A instrução por adestramento é o aperfeiçoamento do caráter, como a escola o é para o humano.

Voltando ao humano, eis aqui uma frase típica para explicar como funciona a personalidade:

"Eu quero, mas não posso.”

"Eu quero", representa o "Id", impulsos primordiais. É o temperamento trazido como bagagem genética. "Mas não posso" representa o caráter, o Ego e o Superego, que vão determinar o nível de censura aplicada no controle dos impulsos primordiais.

Quando nos propomos a treinar um cão, trabalhamos a nível de modificação do comportamento, interferindo no seu caráter.

Será que precisamos raciocinar para tirar o dedo duma tomada que está dando choque? Dizemos: é instintivo. Diante dum acidente, os animais reagem instintivamente e, curiosamente, ficam sem medo, apenas se resguardam para o caso de acontecer novamente. Essa é a base de toda a teoria de condicionamento que permeia nossos textos aqui no site..

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