O pedigree é o único meio, além da observação do físico e da mente, que temos para conhecer os ancestrais do exemplar que estamos escolhendo e que vai conviver conosco pelos próximos dez anos. O parentesco é classificado em graus. Os irmãos são o parentesco mais próximo: zero grau. Os pais são parentes de primeiro grau dos seus filhos. Os avós têm parentesco em segundo grau com seus netos; os bisavós têm parentesco em terceiro grau com seus bisnetos e assim por diante.
Temos falado sobre criação de cães bem como os padrões das raças, por isso um exemplo prático disso nos ajudará a entender melhor. Em seguida, uma explicação mais detalhada da tabela:
Um cão tem dois pais: um pai e uma mãe. Esse mesmo cão tem 4 avós, 8 bisavós, 16 trisavôs, 32 tetravôs, 64 pentavós etc. Um pedigree de quinto grau tem 2 + 4 + 8 + 16 + 32 = 62 ancestrais.
Podemos perceber que cada ancestral possui dois pais, ou seja, mais dois ancestrais; portanto, a cada geração, dobra o número de ancestrais. Quando, num mapa de origem, incide o mesmo nome mais de uma vez, o mesmo ancestral não é contado duas vezes. Então, houve perda de ancestrais e um reforço de carga genética na linha de sangue dos exemplares que aparecem duas vezes ou mais. O nome que se dá ao tipo de criação que utiliza um acasalamento com esse tipo de consaguinidade é "criação incestuosa" (inzucht, em alemão e inbreeding, em inglês).
Se o nome dum exemplar aparece várias vezes no certificado de registro, é porque o criador precisou reforçar sua criação com as qualidades desse exemplar.
Se a genética é pura combinação matemática, se a natureza desconhece nossos critérios de qualidade e defeito, os filhotes nascidos dum acasalamento consanguíneo recebem esses defeitos e essas qualidades em igual percentagem. A consanguinidade é, portanto, uma faca de dois gumes, pois tanto consolida os defeitos como as qualidades.
O chamado "acasalamento do tipo aberto", em inglês out-crossing, é o acasalamento entre exemplares cujos ancestrais não têm parentesco.
Alguns pedigrees trazem uma súmula dos pais, avós e bisavós, elaborada em provas de seleção, que facilita muito aos criadores no projeto de seu programa de criação.
Na Europa, quase todos os certificados trazem essa súmula. Aqui no Brasil, a única entidade cinófila que se preocupa com esses detalhes (prova de trabalho, prova de habilitação à reprodução, prova de seleção de exemplares, certificados com súmulas dessas provas etc.) é a SBCPA — Sociedade Brasileira de Cães Pastores Alemães.
Nenhum comentário :
Postar um comentário