Mas, como surgiram as raças puras, os pedigrees, os registros de nascimento, se houve uma época em que ninguém se preocupava com isso? Para que serve um papel desses? Será que é só para sofisticar e encarecer o filhote na hora de vender? Qualquer um que se dedica ao estudo da cinotecnia, deve considerar este conhecimento.
No interior, caça-se com cães bastardos. Acontece que nem todos são bons caçadores. Quando alguém tem uma fêmea boa, todos os outros companheiros ficam de olho nela porque sabem que o proprietário dela vai andar léguas até encontrar um macho, também bom de caça, para cruzar e, quando nascer a ninhada, cada um vai querer um filhote de pais bons caçadores. Pedigree é o registro dessa ninhada. A vantagem de se registrar e guardar esse documento é que, se der certo, esse acasalamento deverá ser repetido.
Na realidade, quando alguém pergunta se o cão tem pedigree, está perguntando se o filhote foi registrado.
As raças são consideradas puras quando as características desejadas se repetem, tanto no que se refere à habilidade, quanto à capacidade de trabalho, ao tipo de pelagem, à cor e à aparência geral. Caberá a esses criadores a perpetuação dessas qualidades descobertas.
Mais tarde, quando esses criadores se associaram, começaram a promover exposições e formaram grandes associações, surgiram os clubes nacionais e os internacionais de cinofilia. Hoje, a entidade organizadora chama-se Fédération Cynologique Internationale (FCI), com sede na Bélgica.
No Brasil, cada Estado tem seus clubes ecléticos e também os especializados de raça; tem suas federações que coordenam as atividades desses clubes e a Confederação Brasileira de Cinofilia, que coordena as federações e emite os certificados de origem (pedigrees). Com a emissão desses certificados de origem, os criadores ficam sujeitos a um regulamento de criação. O Pedigree emitido pela CBKC é, portanto, um documento oficial que garante que o exemplar canino que você está adquirindo está rigorosamente dentro do regulamento de criação e registro.
Quando você exige o certificado de origem, na compra dum cão de guarda, está reduzindo ao mínimo a chance de pagar por um animal que, por tara genética, venha estraçalhar traiçoeiramente um parente ou um amigo ("mordedor de medo") ou, então, que se mije todo e se esconda embaixo da cama ao ouvir um estampido.
Um treinador, adestrador, instrutor etc. deve ter um conhecimento mínimo da leitura dum pedigree.
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