Curso de adestramento para cães

Um curso de adestramento para um cão é muito semelhante a um curso de judô ou caratê para pessoas. É claro que, come as pessoas, por instinto um cão sabe guardar e defender seu domicílio, mas uma pessoa que conhece as técnicas de defesa pessoal, evidentemente, levará uma grande vantagem e poderá se defender com maior eficiência.

Cada exercício do curso de defesa pessoal para cães simula, como nos catares do caratê, uma situação real na vida cotidiana.

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Num curso de obediência, cada exercício está fundamentado em situações reais de imensa importância. Um cão educado e obediente é, sem dúvida, mais agradável de se lidar e pode, em vez de lamber a cara das visitas, pular no colo, ou então morder-lhes o calcanhar, tornar-se um simpático anfitrião, que colabora com as honras da casa, além de ser um excelente guardião.

Os comandos "Deita!" ou "Morto!" são muito úteis, quando o veterinário precisa examinar o cão, sem a necessidade de amarrá-lo ou mesmo de segurá-lo. Os exercícios de pular uma barreira de fogo podem, numa eventualidade, até salvar a vida do animal, em caso de incêndio. Um cão acostumado com fogo terá a tranquilidade suficiente para buscar a saída, sem pânico.

Um programa de adestramento básico deve incluir, além dos comandos essenciais, os exercícios de obstáculos que simulam situações de perigo, com a finalidade de tornar seu amigo e companheiro mais esperto. Você poderia, por exemplo, tê-lo levado a um passeio numa fazenda e lá precisar atravessar um barranco, passando por uma ponte feita dum só tronco. Sem treinamento ele jamais passará.
Já no sporthund (cão de esporte), para campeonatos de adestramento, os exercícios das provas de trabalho simulam situações do ofício de guarda e defesa. É uma competição na qual cada etapa é programada de modo a testar as aptidões, o comportamento, a obediência, as reações ao tiro, a coragem e o espírito de luta de cada cão de guarda.

Os exercícios

1)  Sentar (posição básica), sem comando.
2)  "Stehend!" (para exposição), com comando.
3)  Andar junto com guia.
4)  Conversões: à direita e à esquerda; meia-volta.
5)  Andar junto, sentar e conversões, sem guia.
6)  Sentar sob comando.
7)  Deitar sob comando.
8)  Deitar em movimento.
9)  Atender ao comando de chamada.
10)  Permanência sob distração.
11)  Comandos por gesto.
12)  Mandar em frente.
13)  Os obstáculos e sua importância na autoconfiança dos cães.
14)  Buscar e trazer (retrieving) (aporte).
15)  Buscar objetos através de obstáculos.
16)  Exercícios de insensibilização ao tiro.
17)  Curso de defesa cinopessoal.
18)  Os níveis de combate.

A apresentação dos exercícios

Antes de começar a apresentação de cada exercício, o instrutor deve conversar bastante com seu aluno. É absolutamente necessário que o cão se ligue no instrutor, que ele lhe tenha a mais absoluta confiança e, finalmente, que sinta um imenso prazer em participar da aula.
É a maneira pela qual o exercício será mostrado ao cão: seria como, para nós, a explicação teórica dum exercício. É, talvez, uma das tarefas mais difíceis para um bom instrutor de cães. Os pré-requisitos para o instrutor são: um equilibradíssimo bom senso, uma excelente dose de paciência e uma forte perseverança.
Todos procuram uma fórmula ou uma maneira correta de apresentar um exercício a um cão. Temos que utilizar a nossa lógica, seguir o bom senso, com a mesma paciência que utilizaríamos para ensinar a um surdo-mudo congênito.
Tecnicamente, vamos trabalhar com estímulos positivos e com a omissão deles. Abandonaremos os estímulos negativos durante a apresentação das tarefas e dos exercícios.
Enquanto estivermos treinando um exercício novo, deveremos tomar as seguintes precauções:
1)  sempre repeti-lo o mais identicamente possível ao que foi feito na primeira vez;
2)  sempre no mesmo lugar, pelo mesmo período de tempo e do mesmo jeito.
O cão deverá ter, no mais curto prazo possível, a compreensão global do exercício. Quando o mandamos deitar, é importantíssimo, diríamos absolutamente necessário, que saiba que depois haverá um comando para levantar. Esse "depois" vai aumentar de acordo com a confiança que o cão for adquirindo no seu instrutor.
A angústia que um cão sente ao ter que ser medicado numa clínica veterinária é bem diferente da que nós sentimos. Num ambulatório, nós nos preocupamos com o que vai nos acontecer, se vai doer, se vamos sofrer y otras cositas más. A angústia do cão está, somente, em ser contido por cordas ou por trezentas mãos, sem saber quando vai ser solto ou, até se vai ser solto. É essa a violência que ele teme.
Podemos fazer a seguinte experiência: acostumemos nosso cão a ir ao veterinário, desde as primeiras vezes, sem segurá-lo, fazendo "cosquinha" na sua barriguinha enquanto o veterinário o examina. Fazendo isso umas quatro ou cinco vezes, mesmo que ele não tenha nada ficará condicionado a uma visita agradável, quando for ao veterinário.
Se ele já for um cão adulto, será mais difícil. Seria necessária a intervenção dum profissional qualificado. Em todo caso o processo é o mesmo, só que demora mais tempo para que o cão adulto se convença de que, daquele momento em diante, ir ao veterinário não terá o menor problema.
Quando mandamos um cão segurar um objeto qualquer na boca e ele se recusa, não é por pirraça, por medo ou por qualquer motivo pessoal. É que, acostumado a receber ordens, ele fica sem saber se vai ter que ficar muito tempo ou para sempre com aquele objeto na boca. Sendo um cão de mais de cinco meses, ele já deve ter sido obrigado a engolir pílulas e pode estar achando essa muito grande. Provavelmente, na brincadeira, ele apanhará sozinho esse objeto e não quererá deixar que o tomemos dele.
Todos os novos exercícios devem ser apresentados no mais curto espaço de tempo possível, para que o cão possa perceber, duma só vez, o início, o desenvolvimento e, principalmente, o final deles.
Depois que o exercício foi integralmente apresentado ao cão e ele já o conhece, fazemos as associações com as palavras escolhidas, repetindo-as tantas vezes quantas forem necessárias. À medida que o cão vai assimilando e associando, começamos a reduzir o número de repetições, até conseguirmos que o cão obedeça no primeiro comando. Depois que ele já aprendeu o significado dos comandos, devemos ter o cuidado de não mais repeti-los.

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