Nós já abordamos aqui que quando decidimos comprar um cão devemos observar sua procedência e se ele apresenta uma série de características que podem influenciar, diretamente, no seu comportamento. Isso significa que é o somatório das informações básicas que vão moldar o caráter do indivíduo (no caso o filhote) e varia de 0 a 50 dias no período crítico, a até 6 meses no período de estabelecimento do código de ética.
É nesse período que o filhote recebe as informações de quem é ou são seus pais, seus semelhantes, sua família. No nosso entender, é nesse período que podemos e devemos ensinar ao nosso cão ter coragem no relacionamento com pessoas, permitindo que ele conviva com diversos exemplares da espécie humana.
É nesse período que o filhote recebe as informações de quem é ou são seus pais, seus semelhantes, sua família. No nosso entender, é nesse período que podemos e devemos ensinar ao nosso cão ter coragem no relacionamento com pessoas, permitindo que ele conviva com diversos exemplares da espécie humana.
Se ele vai ser criado para ser um cão de serviço, de caça, de guarda etc, é o momento em que ele deverá conviver com os animais com os quais ele terá que trabalhar. Reparem que o imprinting (o animal aprende a ser membro da sua espécie, enquanto estabelece relações com os de outra) se refere somente a seres, nunca a objetos.
É o momento, também, de apresentar-lhe os brinquedos humanos que se movem sozinhos: carrinhos de corda ou elétricos, bonequinhos que parecem vivos, que apitam, que fazem isso ou aquilo, porque assim ele tomará essas informações como parte de sua imagética.
Aos 9 meses, o período é de sedimentação e confirmação do comportamento social. Os 12 meses (adolescência para cães grandes) correspondem ao período de contestação; é o momento adequado para moldar seu caráter definitivo; o período no qual o ex-filhote irá testar, pela primeira vez, sua liderança.
É absolutamente necessário ficarmos atentos para aproveitar as oportunidades de disputar com ele essa liderança. Quanto mais ética e limpa for essa disputa, tanto mais precioso se tornará seu filho canino. Uma vez definida a liderança no terreiro, a hierarquia terá sido definitivamente estabelecida.
O caráter estará sendo moldado até que, aos 18 meses, começa a se definir. Se o filhote teve um estreito relacionamento com o humano no período de imprinting, estabelece-se, nesse período, uma forte ligação, e nós passamos a ser considerados como seus consemelhantes.
Tanto criadores quanto proprietários devem colocar esse fato em importância máxima, familiarizando o filhote com pessoas, outros cães e animais de diversas raças e variedades: mamíferos, aves, peixes, répteis, insetos. Se um filhote brincar com uma barata, não o reprima! O nojo a esses insetos é uma sensação exclusiva do ser humano. Devemos permitir que ele adquira as defesas antibacterianas de que irá necessitar pelo tipo de comportamento característico dos cães: pegar as coisas com a boca, cheirar tudo com o focinho colado no chão e, principalmente, lamber o que nós determinamos ser "porcaria".
O comportamento animal
A única espécie viva que impinge o castigo a outro indivíduo é a espécie humana. Os humanos utilizam a ameaça a seus semelhantes, conseguindo, através da coação e do medo, montar uma pirâmide hierárquica.
Nessa pirâmide estão escalonados todos os indivíduos dessa sociedade. Tanto os ameaçados pelas armas (incluindo as pancadas de punho) quanto pela força econômica. Os líderes ficam, automaticamente, eleitos pelo seu arsenal de ameaças.
Todo o comportamento animal está fundamentado na lei da sobrevivência, que é regulada pelas três exigências fundamentais: alimentação, autodefesa e a reprodução das espécies.
Tanto o homem quanto o animal estão capacitados a experimentar as sensações do amor, do ódio e do ciúme; entretanto, os animais jamais se vingam ou guardam rancores.
O comportamento agressivo do cão é estimulado exclusivamente por três fatores primordiais:
- Instinto de caça (alimentação);
- Instinto de defesa (territorialidade);
- Instinto de preservação da espécie (hierarquia e liderança).
Todos os outros motivos para uma agressão são razões humanas (adestramento e educação).
Um cão poderia morder uma pessoa que nada lhe tivesse feito naquele instante, mas que diariamente implicasse com ele através do portão. Isso não é rancor. Ê que o cão aprendeu que aquela pessoa representa perigo, agressão. Há, ainda, os casos de neuroses caninas adquiridas através do condicionamento involuntário de seus proprietários. Nós transferimos nossas inseguranças ao animal, nossas frustrações e nossas esperanças de que ele complete nossas carências. E por último, ainda por obra do homem, as deturpações de ordem genética.
Cães covardes, treinados de qualquer forma para revidar a um ataque, constituem um grupo de cães, os chamados "mordedores de medo", que realmente são perigosos por carecerem de tranquilidade suficiente para discernirem um perigo real duma fantasia.

A natureza se encarrega de "eliminar os fracos" pela própria luta pela sobrevivência. No afã de salvar toda a ninhada, os criadores de cães superprotegem os filhotes fracos, permitindo-lhes a sobrevida e a consequente proliferação.
É comum ouvirmos que, para ensinar um filhote, deve-se bater com um jornal no chão, para não machucá-lo; assim ele aprenderá. Na realidade, vendo um jornal ou qualquer outro bastão na mão, ele aprenderá que está errado.
Depois, ouvimos: "Meu cão já sabe que fez besteira! Quando ele faz xixi no tapete, no que ele olha para mim, já sai de fininho e se esconde". O que ele já sabe é que vai apanhar, mas não consegue associar o pipi a uma besteira. Se for em flagrante, aprenderá que VOCÊ não gosta que ele faça xixi.
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