Classicamente, define-se aprendizagem como uma mudança do comportamento, resultante de experiências anteriores, diante duma situação nova de execução duma tarefa.
Algumas definições teóricas descrevem a aprendizagem como a linguagem da neurofisiologia.
O aprendizado pode ocorrer sem a necessidade de uma resposta motora manifesta. A conclusão pela compreensão pode se manifestar, mais tarde, pela repetição dum mesmo comportamento diante duma situação de aprendizado semelhante.
Nós preferimos dizer que aprender é modificar o comportamento diante duma situação, como resultado da reestruturação do seu mundo e de acordo com a percepção de novos parâmetros.
Segundo essa definição, o aprendiz descobre, como resultado duma nova percepção, as relações entre eventos (estímulos) que antes não existiam para ele.
Alguns autores ainda sustentam que a aprendizagem só se realiza quando a resposta esperada é seguida por alguma forma de satisfação. Outros afirmam que a aprendizagem se completa no momento exato em que a situação apresentada é percebida duma outra maneira.
Podemos concordar com os dois, se entendermos motivação como um objetivo a ser alcançado. É claro que a aprendizagem se efetua no momento em que a solução para o problema é descoberta, mas o comportamento só será modificado numa próxima situação se a anterior for satisfeita.
Motivação e aprendizagem
O motivo é o elemento capaz de fornecer energia ao comportamento. Pode ser de origem natural (estímulos primordiais), como também dirigida (educação).
Selvagem é todo animal cujo comportamento é dirigido pelos impulsos primordiais (instinto), respeitadas, apenas, as leis básicas da sociedade da qual ele faz parte (hierarquia e territorialidade).
Domesticado ou civilizado é todo animal que passa a obedecer às leis duma sociedade civil e a aceitar os "motivos" do condicionamento dirigido.
Condicionamento dirigido é a organização e a programação das funções primárias, oferecendo sem esforço ( + ) as condições primordiais (alimentação, defesa e reprodução). A supressão desses favores funciona como estímulos negativos programados.
Numa sociedade civilizada, a hierarquia é determinada pelo potencial de favores de cada indivíduo. A hierarquia é exercida pelo poder. Quem tem "motivos" a oferecer passa a exercer poder sobre quem os quer receber. Os indivíduos hierarquicamente inferiores recebem, dessa maneira, a energia (estímulos positivos) oferecida por seus líderes.
"Só dou se você obedecer", chama-se, em linguagem humana, suborno. "Se você obedecer, eu pago" chama-se trabalho. "Só dou o dinheiro, que você precisa muito, se você obedecer, mesmo que você não queira fazê-lo de jeito nenhum" chama-se chantagem. Se você der dinheiro a uma pessoa, para agradar, esperando reconhecimento futuro, chama-se presente.
Como você já percebeu, uma mesma atitude humana pode ser apelidada conforme o ponto de vista de quem executa a ação ou de quem sofre a ação, ou ainda por uma terceira pessoa que não participou da ação. Isso não acontece no reino animal irracional.
Se a motivação é expressa em potencial energético, é lógico supor que, aumentando a força do motivo, teremos um aprimoramento nas respostas ao condicionamento. Na maior parte dos casos esse revigoramento no comportamento é real e palpável. Em alguns casos, entretanto, logo após esse incremento na conduta, acontece um declínio na força das respostas. Nós humanos temos o exemplo das pessoas que desistem diante de objetivos muito altos. Pessoas que, pressionadas além do limite, modificam o comportamento esperado de submissão.
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