O título do artigo de hoje parece estranho, mas vocês entenderão do que estou falando. Tenho visto constantemente, entre amigos, cachorros ocupando o lugar dos filhos. Não questiono o cuidado o qual deve ser mesmo adequado, mas determinados comportamentos de, por exemplo, dormir com cachorros ou gatos, gastar “rios de dinheiro” com roupinhas, camas de modelos e material especiais e por aí vai. Como diz meu sogro, cachorro é cachorro, gente é gente. Isso tem ficado bastante evidente nos artigos sobre comportamento canino que temos postado aqui.
Antes de começarmos o trabalho de adestramento e após conhecermos o nosso aluno, a última etapa será conhecer os métodos disponíveis para podermos traçar um plano de trabalho.
O que comumente conhecemos por adestramento são aquelas ordens de comando do tipo militar: "Junto!", "Sit!", "Down!", "Quedate!" etc, onde o homem exerce sobre o animal um domínio de obediência cega e, como resultado, um comportamento tímido do mais feroz dos animais. Imagine um treinador de golfinhos zangando-se com eles, dando um "fói!" (corruptela de pfui!).
Nada é mais simpático do que assistirmos ao trabalho alegre dum cão treinado por um método atualizado de condicionamento. Tudo o que já se escreveu sobre adestramento no Brasil ensina os macetes para fazer um cão sentar, deitar etc, mas, na realidade, nada se fala sobre alguma metodologia de condicionamento.
Nós temos uma tendência natural para humanizar tanto o comportamento como as atitudes dos animais. Walt Disney foi um mestre em representar os animais com comportamento e atitudes humanizadas, mas, antes dele, La Fontaine já fabulava e utilizava animais para dar lições aos humanos. Os gregos e os egípcios também já haviam mesclado homens com animais para atribuir-lhes poderes extraordinários.
O trabalho de treinar um cão jamais deverá ser confundido com a educação ou o aprendizado humano. Somente o fato de admitirmos a hipótese de que os animais têm um processo diferente do humano para aprender, já é um imenso passo para penetrarmos no mundo maravilhoso da coerência animal.
Pode ser ridículo ou até exagerado, mas, na época dos "senhores de engenho", admitir que um escravo pudesse ter alma, pensar e sentir como nós era um enorme absurdo.
Machucar um cão, ou mesmo zangar-se com ele, durante os exercícios de adestramento, é retroceder cerca de 70 anos na técnica do condicionamento.
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